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terça-feira, maio 26

Corpografia do Terror












Os corpos da segunda guerra mundial.
Os gestos, posicoes-limite, condicao exposta.

Os judeus quando reconhecidos eram trazidos para a rua com uma placa afixionada no corpo. Os culpavam de sujos, ilegitimos, despreziveis, como uma praga da raca humana. Eram os enganadores, inimigos do sistema e do povo alemao.

Eram expostos por serem um tipo de pessoa que nao os de raca pura,
pureza determinada por alguns, imposta por um poder dominador.

Esses homens e mulheres eram humilhados na frente de todos:
fotografados, sacrificados, eliminados social e humanamente. Alguns eram montados ou atrelados a animais e desfilavam pela cidade como traidores, uma vergonha apenas por ser o que eram.

As mulheres acusadas de trair os maridos, eram expostas com a placa onde se lia o delito cometido. Tinham os cabelos cortados como forma de violencia maior a uma mulher, depenadas de suas vaidades femininas.

Homens eram enforcados coletivamente como um espetaculo publico, um coro desgraçado na mise-en-scene da perversidade.

Os corpos se amontoavam em vagoes de trens, em comodos coletivos e finalmente no banho fatal na camara de gas. Eram organizados em lotes, filas, pilhas de cadáveres em pe. Restos, numeros, bichos que deseminavam praga, lixo humano.

O corpo no centro de um espetaculo sordido e cruel, atingido na potencia do ser e do estar. Arte performatica da existencia, banalizacao da carne, ritual do terror.

(Fotos da visita a exposicao "Topografia do Terror", nas ruinas do Quartel General Nazi, em Berlim na Primavera de 2009)

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