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domingo, maio 4

sexta-feira, maio 2

A QUEDA


A queda de Constantinopla foi a conquista da capital bizantina pelo Império Otomano sob o comando do sultão Maomé II, na terça-feira, 29 de maio de 1453. Isto marcou não apenas a destruição final do Império Romano do Oriente, e a morte de Constantino XI, o último imperador bizantino, mas também a estratégica conquista crucial para o domínio otomano sobre o Mediterrâneo oriental e os Bálcãs. A cidade de Constantinopla permaneceu capital do Império Otomano até a dissolução do império em 1922, e foi oficialmente renomeada Istanbul pela República da Turquia em 1930.

A queda de Constantinopla para os turcos otomanos foi um evento histórico que segundo alguns historiadores marcou o fim da Idade Média na Europa, e também decretou o fim do último vestígio do Império Bizantino.Constantinopla era, até o momento de sua queda, uma das cidades mais importantes no mundo.

Localizada numa projeção de terra sobre o estreito de Bósforo em direção à Anatólia, funcionava como uma ponte para as rotas comerciais que ligavam a Europa à Ásia por terra. Também era o principal porto nas rotas que iam e vinham entre o Mar Negro e o Mar Mediterrâneo.

A queda de Constantinopla teve grande impacto no Ocidente. Os cronistas da época confiavam na resistência das muralhas e achavam impossível que os turcos pudessem superá-las. Chegou-se a iniciar conversações para uma nova cruzada para liberar Constantinopla do jugo turco, mas nenhuma nação poderia ceder tropas naquele momento. Os próprios genoveses se apressaram a prestar respeitos ao Sultão, e assim puderam manter seus negócios em Pera por algum tempo.

Com Constantinopla - e todo o Bósforo, neste sentido - sob domínio muçulmano, o comércio entre Europa e Ásia declinara subitamente. Nem por terra nem por mar os mercadores cristãos conseguiriam passagem para as rotas que levavam à Índia e à China, de onde provinham as especiarias usadas para conservar alimentos, além de artigos de luxo, e para onde se destinavam suas mercadorias mais valiosas.

Desta forma, as nações européias iniciaram projetos para o estabelecimento de rotas comerciais alternativas. Portugueses e espanhóis aproveitaram sua posição geográfica junto ao Oceano Atlântico e à África para tentar um caminho ao redor deste continente para chegar à Índia (percurso percorrido com sucesso por Vasco da Gama entre 1497 e 1498).

Já Cristóvão Colombo via uma possibilidade de chegar à Ásia pelo oeste, através do Oceano. Nesta empreitada, financiada pelos reis de Espanha, o navegador italiano alcançou, em 1492, o continente americano, dando início ao processo de ocupação do Novo Mundo.

Com as Grandes Navegações, os dois países, outrora sem muita expressão no cenário político europeu, se tornaram no século XVI os mais poderosos do mundo, estabelecendo uma nova ordem mundial.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

BYZANTIUM,CONSTANTINOPLA,ISTANBUL









quarta-feira, abril 30

DERVIXES GIRANTES


Um giro secreto em nós
faz girar o universo
A cabeça desligada dos pés,
e os pés da cabeça. Nem se importam.
Só giram, e giram.

- Rumi



Girando...
A palavra dervixe descreve um Sufi que está à porta da iluminação. Um Sufi é um membro masculino da ordem dos dervixes rodopiantes, famosos em todo mundo. É um místico. A palavra Sufi vem da palavra-raiz grega 'sophos' que significa sabedoria. (Segundo o Xeque Abdullah Khalis El-Mevlevi, "...a palavra Sufi...[vem] da palavra árabe Sûf, que significa lã. Outra palavra para Sufis é tassawwuf que significa 'de lã'.")
No Oriente Médio acredita-se que o dervixe está em oração e que seu corpo se torna aberto para receber a energia divina. Os sultões turcos sempre consultavam os Dervixes em tempos difíceis. O girar deles gerava um efeito relaxante e hipnótico no qual os sultões podiam buscar orientação.
Durante essa cerimônia religiosa solene, acredita-se que o poder divino entra pela palma da mão direita, apontada para cima, passa pelo corpo e sai pela palma da mão esquerda, apontada para baixo, em direção à terra. O dervixe não retém o poder nem o direciona. Ele aceita que é o instrumento de Deus e portanto não questiona o poder que entra e sai dele.
Há discussões sobre pra qual lado se deve girar. Alguns pontos a serem observados:

Comece lentamente, para crescer e depois diminuir novamente.
Comece andando num giro para a direita (sentido horário) com os braços para baixo rentes ao corpo.
Depois de alguns giros completos traga a palma da mão direita para cima (braço totalmente esticado) e a palma da mão esquerda para baixo (braço totalmente esticado).
Continue girando para a direita por algum tempo. (preferencialmente 7 giros completos)
Então, levante a mão esquerda um pouco acima dos ombros mas não na mesma altura da cabeça. Ao mesmo tempo incline a cabeça de forma que a orelha esquerda encoste no ombro, ainda girando para a direita.
Tombe a cabeça para a frente, com o queixo perto do peito e os olhos mirando o chão. Os braços continuam altos e você girando para a direita. Incline a cabeça para a direita, a orelha direita encostando no ombro e você olhando em direção à mão direita. Ainda girando para a direita.
Tombe a cabeça para trás e olhe para o céu. Ainda girando para a direita.
Sempre comece o giro pela direita. Só depois de muitos giros você troca a posição dos braços e muda os giros para a esquerda (sentido anti-horário). Deve-se sempre terminar com giros completos para a direita. As oscilações e círculos de cabeça podem ser no sentido contrário do giro.

quinta-feira, abril 24

JELLICHJE

Minha conselheira Jellichje Rijnders (nao tente pronunciar seu nome porque quase nunca sai certo) odiando ser fotografada.
Jellichje e' artista visual, dramaturga, e critica especializada de artes plasticas, incluindo performance, instalacao e intervencao.
Nos conheciamos do Teatro Frascati onde ela trabalhou por muitos anos, e resolvemos trabalhar juntos para o MONO, ela funcionando como um olhar exterior, mas principalmente como elaboradora de questoes, como parceira de dialogo, compartilhando o que tem sido descoberto e apontando outros entendimentos do conceito em si e das possibilidades de leitura . Tenho aprendido muito com ela, apaixonada que e' pelos detalhes, os sutis desdobramentos de uma ideia tomando forma, as diferentes maneiras de se perceber o mundo atraves de um objeto de arte, e essa enorme vertigem de "se tornar visivel", que el atanto aponta.
Semana que vem trabalharemos os ultimos dias. Ela parte antes da mostra do MONO, para atravessar o deserto do Saara com um carro com uma cama dentro. Faz parte do seu projeto agora conseguir atravessar o deserto, ouvir o silencio e fazer da travessia um projeto em si, que se aproxima de uma performance de longa duracao, ou uma intervencao fisica e sensorial em um espaco imenso e desconhecido.

MONO romantico

"...AINDA BEM QUE TOCOU,
ESSA MUSICA SUAVE...
EU POSSO DANCAR COM VOCE
COMO NO PASSADO...
ME ABRACE MAIS FORTE
NAO SE IMPORTE
COM O QUE OS OUTROS VAO DIZER...
QUE BOM SE ESSA MUSICA
NAO TERMINASSE JAMAIS..."

(roberto carlos)

quarta-feira, abril 23

MONO em questao

















O que diferencia um objeto inanimado de um animado, reconhecendo o corpo como objeto no mundo de hoje? A possibilidade de produzir intencao, acao determinante, e dai formular um pensamento que vai modificar imediatamente a estrutura do objeto animado?

A intencao, o pensamento formulado, as sensacoes e captacoes pelos sentidos.
A memoria que intercepta a vivencia do momento e um lapso de imaginacao (ficcao que parte de uma realidade) produzem reacoes - ou melhor, oscilacoes - que se apresentam como expressividade com caracteristica ao mesmo tempo determinante e mutavel.

O corpo divaga em contato com essas oscilacoes, esse fluxo de intencoes que fazem gerar acoes no corpo. A intencao e' a ignicao, o start, imprimindo tensao determinante no espaco exterior.

Poderiamos considerar como caracteristica essencial de um objeto animado (um corpo) o poder de se (auto)modificar?
Essas modificacoes aconteceriam apenas por razoes de adaptabilidade, preservacao e sobrevivencia?

Tornar se consciente e reconhecer alguma coisa, modificam brutalmente um corpo.

terça-feira, abril 22

MONO graphics

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SchweigmanDumitrescu


Uma mulher gira em um circulo aberto entre pessoas.
Gira com velocidade e vai variando os pequenos movimentos de bracos, maos, ombros e cabeca.
Gira em torno do proprio eixo ou em torno do eixo do circulo.
Um homem toca citara com pequenos intervalos.
A mulher gira sem parar por 40 minutos.


Um homem convida o publico, um por um, para entrar sozinho numa sala com luz tenue.
Uma mesa debaixo da luz e um homem deitado nu de costas, imovel, com a cabeca coberta por um pano preto.
A pessoa que nos abriu a porta, disse:
O artista pede que vc deixe algo escrito no corpo dele.
Depois de escolher um lugar naquele corpo entre presente e ausente, e escolher uma palavra, ou expressao, (muitos assinaram o nome) somos conduzidos para uma sala com um telao e uma plateia. Ali voce ve um por dos que entram na sala, na intimidade daquele momento sem saber que estao sendo filmados, e sem imaginar que sao os verdadeiros atores do espetaculo.

Draai (2008)- Boukje Schweigman

The way things might go (2007) - Ion Dumitrescu

segunda-feira, abril 21

MONO piano


Um salao de chao de madeira com janelas e um piano.
O primeiro estudio onde trabalhei em Amsterdam, antigo estudio da Cia Bewth,
Eerste Nassaustaat numero 7. Ano de 1986.
"O silencio e' um espiao", dizia Quintana.
O tempo vai transformando as coisas.

Mono e' a palavra usada para coisa e pessoa em Japones.
A respiracao e' o que nos torna humanos, a unica(?) certeza de estarmos vivos.
A respiracao entre a coisa e a pessoa, o som como distincao.
A respiracao como entre, limiar e vestigio, o unico silencio que nao nos abandona,
vigilante e espiao.

Cientistas investigam a possibilidade de que em um futuro proximo, os humanos vao desenvolver a capacidade de ficar facilmente meia hora sem respirar, para nao engerir o oxigenio que deteriora nossas celulas e nos leva a morte, depois de ter nos mantido vivos e saltitantes (alguns) muitos anos.

De que maneira o homem vai ser distinguido de um objeto, um device, uma maquina nesse futuro proximo?