É com orgulho que o Festival Internacional de Dança do Recife chega a sua 13a edição, firmando-se definitivamente como um evento de destaque no calendário cultural da cidade.
Se por um lado tal projeção está relacionada ao desenvolvimento da dança do Recife, por outro a participação do evento no Circuito Brasileiro de Festivais Internacionais de Dança tem representado a ampliação das possibilidades de fruição em dança, e a viabilização de uma programação que cria pontes entre Recife e a produção de outras regiões do Brasil e exterior, tendo o cuidado de preservar as singularidades locais.
O Festival este ano aposta na figura e no papel do criador, tratando criações como criaturas, lançadas ao mundo para se misturar inevitavelmente com as realidades que fazemos dele.
No contexto atual da arte contemporânea, lidamos com o solúvel em doses cavalares, numa complexidade que nos obriga a olhar o outro como aceitação de nós mesmos. Transitando em meio a camadas sobrepostas de sentidos, simultaneidades e antagonismos, os criadores se deixam ver através de suas criaturas, modificando o entorno em um jogo deliberado de novas possibilidades.
Acreditamos que um festival não se faz apenas de obras legitimadas, escolhidas por mérito ou quaisquer outros juízos de valor. O FIDR propõe o convívio como dinâmica de compartilhamento, e as obras, como interceptoras das tramas que estimulam esse convívio, cumprindo a função de mediar de forma sensível essas relações entre artistas, e entre estes e o público.
Optamos por um olhar de dentro e um olhar de fora em um diálogo feito de longe, que foi se estreitando na difícil missão de escolher sem excluir, de ressaltar sem renegar, aceitando a pluralidade como regra reorganizadora dentro de um contexto de Nordeste, de Brasil e de mundo.
Dando continuidade à diretriz de reconhecer o trabalho de pessoas que contribuíram para o desenvolvimento da dança do Recife, este ano o Festival homenageia a professora e coreógrafa Betsy Gatis, que, prestes a completar 89 anos, recebe da Prefeitura merecido reconhecimento pelo pioneirismo no ensino da dança em Pernambuco.
Com o intuito de potencializar os projetos de dança da cidade, o evento associa-se a iniciativas como a Red Sudamericana de Danza (7º Encontro Regional da Rede Sul-americana de Dança), o Play Rec (Festival Internacional de Videodança), e o Chá com Arte (Compassos Cia de Dança). Podendo, assim, realizar ações como o Laboratório Play Rec de Videodança e o Dança Falada, que consiste em encontros diários num espaço de convivência voltado para relações de intercâmbio e o convívio entre artistas e público.
Essas ações aliadas às rodas de break nas Refinarias Multiculturais do Nascedouro de Peixinhos e Sítio Trindade e do Parque 13 de maio (palco da batalha de B´Boys), bem como a intervenção urbana Walking Poems Recife, do grupo dinamarquês Hello!Earth, antenam-se com a política de descentralização cultural da gestão.
Marcelo Evelin
Arnaldo Siqueira
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